O Bolsa Família tem efeito eleitoral "muito grande", mas favoreceu mais Luiz Inácio Lula da Silva em 2006 que Dilma Rousseff em 2010.
O programa é bem avaliado por todas as classes sociais, e essa imagem positiva tem pouco a ver com a exigência de contrapartidas dos beneficiários.
As afirmações, feitas em artigos publicados recentemente ou ainda inéditos, são do cientista político Cesar Zucco, brasileiro que leciona na Universidade Princeton, nos Estados Unidos.
Não são meras opiniões ou palpites, mas constatações embasadas em pesquisas de opinião ou estudos estatísticos sobre a correlação entre programas sociais e tendência de voto.
Zucco é um dos coordenadores de uma equipe que, com apoio do Banco Mundial, promoveu três rodadas de pesquisa de opinião sobre programas sociais em 2010 - a última delas ouviu 1.221 pessoas em 16 Estados.
Ele também cruzou dados das eleições com os da cobertura do Bolsa Família em cada município. Constatou que, em 2006 e em 2010, quanto maior o porcentual da população atendida pelo programa em municípios de perfil semelhante, maior a probabilidade de voto no candidato do PT.
Mas adverte: não há evidências de que os mais pobres tenham aderido ao partido. "O povão é governista."
Os estudos do pesquisador também apontam que os brasileiros não se incomodam com o caráter assistencialista do Bolsa Família.
Para ele, isso indica que os brasileiros não se importam tanto com as chamadas "portas de saída", enfatizadas no discurso de setores da oposição.
(O Estado de S.Paulo)
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